Origem do nome de Seropédica e um pouco da historia da cidade


Seropédica tem sua origem em um termo neológico composto por duas palavras: “sericeo” ou “serico,” de origem latina, que significa “seda,” e “pais” ou “PAIDOS,” de origem grega, que significa tratar ou consertar. O nome refere-se a um lugar dedicado ao tratamento ou fabricação de seda.

Recentemente, os pesquisadores Cláudio Marchiori e Marcelo Gomes realizaram um estudo abordando as datas mais significativas para Seropédica até 1928, quando a estrada Rio-SP foi inaugurada. O trabalho, visando a elaboração de um livro, é rico em dados difíceis de reunir devido à dispersão das informações. Um ponto destacado na pesquisa é o Bananal, atualmente conhecido como Jardim Maracanã, que já foi próspero e deu nome à cidade de Seropédica.

Em 1536, diante do crescente tráfico de peles e madeiras, a coroa portuguesa instituiu as capitanias hereditárias para ocupar e defender as terras recém-descobertas. Seropédica estava na área da capitania de São Vicente, de Martim Afonso de Souza.

Em 1567, Cristóvão Monteiro, ouvidor do Rio de Janeiro, solicitou e obteve uma gleba de terras na margem direita do rio Guandu.

Em 1589, Marquesa Ferreira doou parte das terras aos jesuítas, e a outra parte foi herdada por sua filha Catarina Monteiro.

Entre 1590 e 1592, a região foi explorada por Garcia Ayres e o filho de Fernão Dias Paes Leme, Garcia Paes Leme, em busca de esmeraldas, contribuindo para a fundação de municípios próximos. Os dois exploradores ocuparam terras na margem esquerda do Guandu. Foram responsáveis, por exemplo, pela fundação dos municípios de Queimados e Nova Iguaçu.

Em 1612, Em 30 de maio, Catarina Monteiro e seu marido José Adorno transferem aos jesuítas as terras herdadas em troca de terras em Santo Amaro (Bertioga, SP). Por essa ocasião, a região era conhecida por: Brejaes de São João Grande (grafia da época). Devido ao fato de ali se encontrarem grandes alagadiços, principalmente no período das fortes chuvas, responsáveis pelas cheias periódicas no rio Guandu. Os jesuítas adquiriram, por doação, compra ou permuta, imensa quantidade de terras. Esta área compreende hoje aos seguintes municípios: parte do Rio de Janeiro (Santa Cruz e Campo Grande), Seropédica, Itaguaí, Mendes, Nova Iguaçu, Paracambi, Japeri, Eng. Paulo de Frontin, Piraí, Rio Claro, Vassouras e Volta Redonda.

Em 1729, Em 25 de outubro, os jesuítas encarregaram uma equipe, liderada por Manoel Maia da Hora, de medir tão extensa propriedade. Tais medições só podiam ser realizadas entre junho e novembro, fora do período das chuvas. Em meados de novembro, subindo a margem direita do rio Guandu, a equipe encontra um vilarejo conhecido como Bananal (localizado onde hoje está o bairro de Jardim Maracanã). A ocupação do local, como se supõe, pode ter ocorrido numa dessas explorações realizada no final do século XVI. Era comum que, para evitar serem acometidos pela fome em seus deslocamentos, os exploradores plantassem roças ao longo do caminho e deixassem alguém de vigília no local. Com o fim da expedição, muitos retornavam para os locais de roça e ali se estabeleciam. A palavra Bananal não se refere a uma plantação de bananas, como seria lógico deduzir, mas a um termo indígena, Mb’-a-nâ-n-á, que significa torcido, fazer voltas e é alusivo á correnteza de um rio, águas sinuosas, de certo rio Guandu à época. Daí, também se origina a palavra embananado = enrolado.  

Em 1758, Por volta desse período, o povoado do Bananal ganha em importância com a descoberta de ouro na região de Vila Rica, atual Ouro Preto. Por ali passava uma pequena estrada que ligava o caminho velho de São Paulo (que deu origem a Rio-São Paulo) ao caminho das Minas ou estrada real (saindo da Baía da Guanabara, na altura de Duque de Caxias até Ouro Preto). Esta pequena estrada, após passar pelo povoado de Bananal, cruzava o rio Guandu e continuava por uma trilha árdua até atingir a Estrada Real. Ela ficou conhecida como, caminho das minas do Guandu, pois se acreditava que nas serras próximas havia ouro. Isto fazia do lugar, uma importante rota de aventureiros em direção as Minas. Mais tarde, a estrada funcionou como uma alternativa para retirar o ouro sem passar pelos postos de controle da coroa Portuguesa e, com isso, fugir dos pesados tributos, levando a coroa a instalar o registro do Rio Itaguaí. Já nessa época, funcionavam nas áreas do povoado do Bananal duas feitorias da Fazenda de Santa Cruz. A feitoria do Peripery localizava-se onde hoje é a termoelétrica e destinava-se à produção de arroz, feijão, milho, anil (planta usada na produção de alvejante que era exportado para a Europa) e aguardente. A feitoria do Bom Jardim, localizada nas margens do Ribeirão da Lages e destinava-se, principalmente, à extração de madeira para diversas finalidades.

Em 1817, uma capela foi erguida em homenagem a Nossa Senhora da Conceição no povoado do Bananal, doada por Francisco do Amor Divino e Maria Rosa do Nascimento Pereira de Souza, juntamente com terrenos para um cemitério e um logradouro público.

Fonte: Jornal Seropédica

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